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"VIÚVOS" DA TRANSMIL SE CONFORMAM COM O FIM DA RIO MINHO


Há pouco mais de dez anos, busólogos que admiravam a Turismo Trans 1000, mesmo extremamente deficitária, resistiram quando puderam aos apelos de extinção da empresa, muito mal administrada, a ponto de se irritarem quando alguém manifestava interesse em pedir o fim da empresa.

Era uma situação surreal. Afinal era "passatempo" os busólogos ficarem criticando os defeitos da Transmil, como era conhecida a empresa de Mesquita, na Baixada Fluminense. Quando tudo ficava no terreno dos comentários, tudo ia bem, mas quando alguém levava a sério a intenção de pedir o fim da empresa, os mesmos busólogos reagiam com estranha irritação.

A Transmil estava numa situação bastante sobria. Distante dos tempos em que surgiu da cisão da Transa, empresa de Nova Iguaçu que havia mudado sua sede para Três Rios, onde está até hoje, a Transmil, nascida em 1983, chegou a ter uma frota admirável até o começo da década de 2000. Depois a empresa sucateou a frota, que não se renovava, e a única renovação que teve, nos seus últimos anos, foram carros curtinhos, tipo micrões, do modelo Neobus Mega 2006, mesmo assim em terceira mão.

A empresa tinha histórico de problemas empresariais e políticos que envolveram até um crime misterioso. A Transmil chegou a perder a frota de Queimados e Japeri, por conta da não renovação da frota, mas resistia em deixar as linhas de Mesquita e Nova Iguaçu, forçando as associações de moradores a se mobilizarem. Até o falecido parlamentar Simão Sessin chegou a e solidarizar com os moradores.

O fim da Transmil foi um fim difícil, porque havia um estranho fã-clube que achava a empresa "ótima", mesmo com seus carros com ar-condicionado desligado e mofado, com assentos desconfortáveis apesar de estofados e com pneus carecas. Em 2014, a empresa foi extinta e suas linhas distribuídas para outras empresas.

Enquanto isso, a Transturismo Rio Minho, que mesmo com suas imperfeições nunca mostrou um serviço vergonhoso, tem sua extinção consentida pelos mesmos que se irritavam quando se falava do fim da Transmil. E numa época em que contestar as coisas tornou-se um tabu, é ilustrativo esse conformismo. Dois pesos, duas medidas.

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