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FIM DA RIO MINHO NÃO RESOLVE CONCENTRAÇÃO DE GRUPO EMPRESARIAL MAUÁ-RIO ITA


O fim da Transturismo Rio Minho pode parecer um falso acerto pela lógica empresarial do momento, mas cujo custo elevado pode ser constatado com o tempo. É muito fácil achar que, em decisões de risco, se pode resolver qualquer coisa, quando o tempo é que mostrará, depois, os impasses e adversidades iminentes.

A extinção da icônica empresa não vai resolver a situação do Grupo Mauá-Rio Ita, senão em aspectos meramente empresariais. A concentração de poder pode sobrecarregar a Expresso Rio de Janeiro, como houve a sobrecarga que quase botou em falência o Grupo Rio Ita. Na teoria, todos os impasses parecem previstos e de fácil solução, mas não se sabe o que pode acontecer depois.

O fim da Rio Minho lembra o fim da Viação Santa Izabel, que sobrecarregou a Auto Ônibus Fagundes, que herdou suas linhas. E, o que é pior, sem os problemas de frota sucateada que a Santa Izabel teve nos últimos anos de circulação.

As linhas parecem poucas e de fácil administração, mas vai que depois surgem demandas de novos percursos que a Expresso do Rio de Janeiro terá que assumir e, aí, não há renovação de frota que se sustente.

O histórico da Expresso Rio de Janeiro já não é tão brilhante quanto o da Rio Minho. Sua frota só teve como ônibus de alta configuração um modelo Nielson Urbanus 1989 chassis Scania. Não houve carros com motor traseiro, mas em contrapartida a Expresso Rio de Janeiro já teve denúncias de ônibus velhos e que chegaram a ser apreendidos em Niterói juntos aos ônibus da extinta Expresso Litorâneo, de São Gonçalo, numa época em que ônibus com péssimo estado de conservação eram confiscados pela fiscalização.

É certo que a Rio Minho ultimamente estava também somente com os chamados "cabritos" - ônibus com motor dianteiro - , mas a sua existência mostrava uma empresa com um acervo enxuto de linhas. O ideal seria que a Rio Minho tivesse sido vendida para um outro grupo empresarial, ou, se não fosse o caso, em vez dela ser extinta, que fossem extintas empresas gonçalenses como Auto Ônibus Alcântara, Expresso Tanguá (que perdeu linha e reduziu sua frota) e a frota municipal da Viação Mauá, todas operando na prática como se fossem genéricos da Transportes Icaraí, que deveria ter absorvido estas.
 

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